Jaca

Jaca

A Jaqueira (Artocarpus integrifolia Linn.), árvore originária da Índia, onde é cultivada há centenas de anos, foi trazida pelos portugueses em meados do século passado e adaptou-se tão bem ao Brasil que um botânico a classificou como Artocarpus brasiliensis. Os frutos dessa árvore que pode atingir 20 m de altura, ter copa de igual tamanho e diâmetro do tronco superior a 1 m, são utilizados como alimento humano e para animais. Para alguns fruticultores, não se come a polpa que envolve as sementes; acham que ela é enjoativa outros acham desagradável o cheiro das frutas e recomendam o plantio longe de casa. Mas muita gente gosta da jaca ao natural, do doce de sua polpa, das sementes cozidas ou assadas e do licor que se faz com o fruto. E no interior há quem plante jaqueiras ao lado da casa exatamente por causa do cheiro. A jaca é muito bem aceita nas regiões que a produzem. No Brasil, tomou-se comum nas áreas úmidas, e sub úmidas. Mas aparece ainda no Centro e em menor escala no Sul do país. Na região de Piracicaba (SP) existem algumas jaqueiras, embora de porte médio. Já nas planícies chuvosas da Amazônia, do Nordeste e do Leste, a jaqueira atinge o seu desenvolvimento máximo, pois só essas regiões que reúnem as condições ideais de clima e solo para a cultura.

 

Aproveitamento

Do látex extraído da planta (casca do caule, folhas e frutos), faz-se o visgo pura apanhar passarinhos. Tanto o fruto quanto as folhas são usados como ração para animais. Picada ou moída, ainda na fase verde, pode ser dada às aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos. No Rio de Janeiro, em Salvador, Recife e Belém é vendida nas feiras e mercados, e dela faz- se excelentes compotas, passas etc. Os bagos fervidos no leite também são uma boa receita. A madeira é branco-amarelada, mas escurece quando exposta ao ar, ficando semelhante ao mogno, é excelente madeira-de-lei, usada na construção naval, especialmente para cavernam (conjunto de peças que dão forma ao casco do barco). Também é muito usada na construção mista por ser uma das poucas madeiras que não produzem oxidação em contato com os metais. Na Bahia tem aplicação nos trabalhos de marcenaria e carpintaria. Por crescer rapidamente (aos cinco anos começa a produzir), vem sendo usada em reflorestamento, principalmente consorciada a outras árvores. Na Bahia, Pernambuco e Paraíba já está sendo plantada como essência florestal, mas ainda em pequena escala. Seus frutos deixam no solo, ao redor da planta, grande quantidade de matéria orgânica que o enriquece. E árvore muito boa para quebra-vento e sombreamento. As sementes assadas e moídas dão uma farinha com a qual se fazem biscoitos e doces.

 

Variedades

Existem diversas, no Brasil são três as mais cultivadas: jaca-dura, que produz frutos maiores de 15 a 30 kg (podem chegar a 50 kg); jaca-mole, menor e mais doce, com menos látex; e manteiga, também mole, muito apreciada pelo seu gosto adocicado. A baga da manteiga tem urna consistência intermediária. Ela é muito comum no Rio de Janeiro.

 

Clima

Por ser árvore própria de climas úmidos, a jaqueira se desenvolve bem no Brasil e produz rapidamente frutos da melhor qualidade em tamanho, sabor e perfume. No trópico semiárido, ela também produz bem, desde que seja irrigada, como é o caso do Ceará e estados vizinhos. No entanto, as geadas são inimigas da jaqueira, porque matam as plantas novas e os galhos das adultas. Isso tem acontecido no centro e no sul do Brasil, embora consiga sobreviver às geadas fracas.

 

Solo

A jaqueira se desenvolve melhorem solos profundos, permeáveis e férteis, gosta também de terrenos úmidos. No Brasil, cresce muito bem nos terrenos argilosos, argilo-silicosos e sílico-argilosos. As jaqueiras mais desenvolvidas são encontradas em regiões de alta pluviosidade, bem distribuída, ou nas proximidades de rios, igarapés etc. Podem desenvolver-se em terrenos arenosos e rasos, mas então crescem lentamente e dão poucos frutos. As soluções para corrigir isto são a adubação e a irrigação.

 

Plantio

Normalmente se utilizam sementes. E das jaqueiras que produzem bem. A multiplicação por estaquia não é muito usada no caso da jaqueira. Plantam-se as sementes em canteiros; depois da germinação, faz-se o transplante para jacazinhos, sacos de plástico ou gomos de bambu que devem ficar à sombra. Quando atingem 15 a 20 cm de altura, devem ser plantadas no lugar definitivo durante a estação chuvosa. Nas regiões subtropicais, o plantio deve ser feito na primavera, depois das primeiras chuvas. Geralmente, isso acontece nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As covas devem ter 0,50 x 0,50 x 0,50 m, com espaçamento de 10 x 10 m. Nos primeiros anos, a jaqueira pode ser consorciada com leguminosas de pequeno porte e ciclo vegetativo curto, como feijão, soja e amendoim.

 

Adubação

Utilizar matéria orgânica: cerca de 15 a 20 l por cova, seja de esterco de curral; compostagem ou adubação verde. Antes de sua semeadura faz-se necessário a aplicação de fosfato de Araxá ao solo (300 kg/ha). A leguminosa fornece ao solo matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e potássio. A poda não é usada na jaqueira, o que se faz anualmente é uma limpeza, com o corte dos ramos secos, doentes e mal situados.

 

Colheita

A primeira se faz a partir do quinto ano, no início, as jacas são pequenas e poucas, com o tempo, a produção e o tamanho dos frutos aumenta. Percebe-se que estão maduros de outubro a abril quando cheiram forte e quando, pelo SOI11 de batidas dadas neles, percebe-se que estão ocos. Uma jaqueira produz durante cerca de 100 anos, e a produção média é de 50 frutos/ano.

 

Composição nutricional por 100 g

61 calorias, 2,7 g de proteínas, 58 mg de cálcio, 39 mg de fósforo, 9,7 mg de ferro, 39 mmg de vitamina A, 0,09 mg de vitamina B 1, 0,11 mg de vitamina B2 e 9 mg de vitamina C.

 

Fonte: http://www.lideragronomia.com.br/2012/04/jaca.html